Brasil tem sua primeira Cachaça classificada como Blended Whisky
Depois de mais de oito décadas de pesquisas com cachaça, a ESALQ alcançou um resultado surpreendente com seu destilado.
A Cachaça reconhecida por sua alta qualidade ao ponto de alcançar pureza de um uísque 12 anos, teve sua pesquisa iniciada em 2012, pela doutorada em Ciências e Tecnologia do Alimento, Aline Marques Bortoletto, orientada pelo engenheiro agrônomo, André Ricardo Alcarde, do (LAN). Os estudos foram realizados na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), laboratório da USP em Piracicaba (SP),
O grande diferencial da bebida surgiu a partir de sua dupla destilação e dos 18 meses passando por envelhecimento em tonéis novos de carvalho, importados da França. A cachaça, quando envelhecida nesses tonéis, pode absorver aromas como baunilha, coco, amêndoas e caramelo.
“Todos os processos pelo qual a bebida passou são semelhantes ao da produção de Whiskie e Cognac. Para produzir whiskie, a bebida deve passar três anos envelhecendo, no mínimo, o Cognac fica por dois anos e meio neste processo. A produção de cachaça exige no mínimo um ano” afirma o engenheiro Alcarde. “O experimento com a cachaça, ao concluir um ano de envelhecimento, já havia revelado resultados similares aos padrões do whiskie e Cognac. Depois deste período, a bebida alcançou qualidade superior”, conclui a pesquisadora Aline.
Os pesquisadores não confirmam a informação sobre a comercialização da bebida, mas já vislumbram um mercado nacional e internacional promissor.
De acordo com a pesquisadora Aline, os estudos sobre o desenvolvimento de formulações de blends utilizando-se de diferentes tipos de tonéis, não param. O Brasil caminha para alcançar, cada vez mais, níveis superiores de formulação que garantirão bebidas de altíssimo nível como é considerada a Cachaça Envelhecida Premium.
Sabores que as diferentes madeiras conferem à cachaça:
Jequitibá: sabor mais neutro (próprio para utilização em caipirinha);
Amburana e o Bálsamo: possuem sabores peculiares que valem a pena serem apreciados puros, ou até com gelo;
Umburana ou Cerejeira: costuma ser “adocicada”, menos amadeirado do que o Bálsamo, bom para tomar gelado;
Carvalho: como madeira utilizada na produção de outras bebidas alcoólicas, o sabor é bastante familiar, agradando facilmente o paladar dos “cachaceiros” de plantão.
Para mais informações acesse: 5.usp.br / esalq.usp.br
Fonte: Ana Paula Lopes