Elevador quebrado da CPTM causa indignação
Demora no conserto do elevador principal da Estação Itapevi causa revolta ao usuários portadores de necessidades especiais.
Os portadores de necessidades especiais, usuários dos trens da CPTM Linha 8 – Diamante que embarcam e desembarcam diariamente na Estação Itapevi estão indignados com a demora no conserto do elevador principal, ao lado da av. Feres Nacif Chaluppe, que está há três meses em manutenção. É esta a entrada que dá acesso ao centro da cidade, ao terminal rodoviário e aos pontos de taxis e que por sua vez recebe o maior fluxo de pessoas. A estação possui outro elevador em perfeitas condições, mas que por estar na entrada dos fundos, em frente à Igreja Assembleia de Deus, na R. Joaquim Pires de Oliveira, no Jardim Portela, é pouco usado, já que o movimento daquele lado é bem menor.
As recentes melhorias ocorridas na estação, como a reforma das instalações e a renovação da frota de trens são aprovadas pela população. Mas apesar disso, a demora no conserto do elevador principal tem irritado os usuários e causado grandes transtornos às pessoas com restrições ou dificuldades de locomoção, que são obrigadas a subir ou descer três lances de escadas.
A equipe do Jornal Fato Novo foi ao local na última semana e acompanhou o drama das pessoas que necessitam usar o elevador, especialmente do deficiente visual Erivado Benvenutto Ferreira, de 33 anos, aposentado por invalidez. “Mesmo usando minha bengala é muito difícil subir as escadas. As pessoas empurram e eu não tenho noção de profundidade. Mas o pior é descer. Queria que os responsáveis descessem as escadarias com os olhos fechados. Com centenas de pessoas atrás empurrando porque elas me vêem de costas e não percebem que sou cego, é angustiante passar por isso todas as vezes que preciso chegar até o trem. O elevador faz muita falta. Eles não têm noção porque não usam”, explicou o aposentado, demonstrando o risco que corre todas as vezes que precisa usar o transporte.
A esposa de Erivaldo, Kelly Cristina Ferreira, de 33 anos, estava com a filha do casal de apenas 12 dias nos braços. “Eu estou com minha filha nos braços e tenho que ajudar meu esposo tanto para subir como descer as escadas. Com o elevador ficava muito mais fácil e seguro, acho uma tremenda falta de respeito e um grande risco. Estamos pagando por esse serviço, não é de graça”, comentou.
Ivani Maldonado Moraes, de 58 anos, também é aposentada por invalidez, após ter sofrido um AVC (Acidente Vascular Cerebral), que a deixou com a mobilidade reduzida no braço e perna esquerda. “Tenho muita dificuldade para andar, levo mais de oito minutos subindo essas escadas, acho terrível ter que passar por isso. Há mais de três meses estou esperando o conserto do elevador que no meu caso ajuda muito. Outro dia, meu esposo (Joaquim, de 68 anos) teve que ajudar uma criança cadeirante, já que a mãe sozinha não estava conseguindo subir. Foi um sufoco”, relatou.
Dalete Leal, de 52 anos, revendedora de produtos de beleza, sofre com problemas cardíacos e também sobe e desce as escadas com extrema dificuldade. “Além de estar acima do peso, tenho sérios problemas no coração. Fico ofegante e muito cansada. Queria saber se alguém enfartar, se a CPTM vai indenizar. Acho um absurdo um elevador ficar quebrado por tanto tempo, será que não é mentira? Além de arrumar, eles têm que colocar um segurança controlando o uso, tem muito adolescente e pessoas que estão muito bem que usam os elevadores, sem contar que na maioria das vezes ultrapassam o limite de usuários que o elevador suporta. Sei que o povo também tem que colaborar, mas não é justo sofrermos tanto assim”, desabafou.
Fonte: Sabrina M. Correia – Jornal Fato Novo
CPTM
Manutenção do elevador da Estação de Trens de Itapevi
A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) lamenta os transtornos causados pela falha de um dos elevadores da Estação Itapevi e esclarece que o reparo foi solicitado assim que apresentou avaria. No entanto, foi necessário encomendar novas portas, que são confeccionadas sob medida, e por esse motivo a previsão é que o equipamento volte a operar a partir da segunda quinzena de agosto.
A estação Itapevi continua acessível, pois conta com outro elevador, em perfeito estado. Além disso, os empregados estão treinados para auxiliar as pessoas com mobilidade reduzida.
Quanto ao uso do elevador, a CPTM ressalta que os equipamentos são para uso preferencial das pessoas com mobilidade reduzida, como gestantes, idosos e pessoas com crianças de colo e recomenda que os usuários que não se enquadram nessas características respeitem esse direito.
CPTM-Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
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