Ex-Vereador Lino é homenageado pela Lei da Consciência Negra
Com intuito de ampliar o debate sobre o direito a igualdade que todas as raças possuem, inclusive a negra, os vereadores da Câmara Municipal de Itapevi realizarão uma Sessão Solene pelo Dia da Consciência Negra, data que homenageia o escravo Zumbi dos Palmares. A sessão será no dia 17 de novembro, às 19 horas, no Plenário Bemvindo Moreira Nery.
Na solenidade, os vereadores entregarão o Diploma do Mérito Zumbi dos Palmares, que será conferido às pessoas que se destacaram na integração social dos membros da comunidade negra em Itapevi ou que atuaram na difusão da cultura afro-brasileira.
“A sessão tem o objetivo de ampliar a reflexão sobre a cultura africana e o impacto que tiveram na evolução da cultura brasileira, além de mostrar o nosso apreço as pessoas que difundem a cultura afro-brasileria”, frisa o presidente da Câmara, Dr. Paulo Rogiério de Almeida (Prof. Paulinho).
Desde 2004, Itapevi faz parte das mais de 700 cidades brasileiras que estabeleceram o dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, entre os feriados municipais. Em Itapevi, a lei é de autoria do ex-vereador Anulino Neto (Lino).
Realidade da Cultura Negra no Brasil
Segundo dados da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SEA 2012), do Governo Federal, no Brasil 51% da população é formada por negros. No entanto, as informações levantados para o banco de dados mostram que, apesar dos avanços, ainda existe uma grande desigualdade no país. Exemplo disso é que os negros representam apenas 20% dos brasileiros que ganham mais de dez salários mínimos. A população negra também representa apenas 20% dos brasileiros que chegam a fazer pós-graduação no país.
História
Todo brasileiro sabe da escravidão no Brasil, mas o que é desconhecido para muitos, é que além de permiti-la, o país foi a última nação da América a abolir a escravidão, sendo dados retirados do site do IBGE. Entre 1550 e 1850, data oficial do fim do tráfico de negros, cerca de 3.600.000 africanos chegaram ao Brasil. A força de trabalho desses homens produziu a riqueza do País durante 300 anos. Oprimido e explorado, o negro encontrava nas suas raízes africanas a força para resistir à dominação dos senhores nas suas fazendas. E muitos aspectos de sua cultura permaneceram vivos, como, por exemplo, a religião. O candomblé, ritual religioso com danças, oferendas e cultos para Orixás, atravessou a história e aparece como uma prova de preservação das raízes do povo africano no Brasil.
Foi somente em 13 de maio de 1888 que a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, libertando todos os escravos. Mas para muitos essa liberdade não poderia mais ser aproveitada como deveria. Após anos de dominação, os negros foram lançados numa sociedade preconceituosa, de forma desarticulada, sem dinheiro, sem casa, sem comida, sem nenhuma condição de se estabelecer.
Hoje, no Brasil, ainda é possível ver os reflexos dessa história de desigualdade e exploração. Alguns indicadores referentes a população, família, educação, trabalho e rendimento e que são importantes para retratar de forma resumida a situação social de brancos, negros e pardos, revelam desigualdades em todas as dimensões e áreas geográficas do País. Apontam, também, para uma situação marcada pela pobreza, sobretudo para a população de negros e pardos.