Sipros com convidados comemoram seus 32 anos no estilo anos 90
Na última quarta-feira, 26 de agosto, Wellington Naberezny, conhecido como Sipros, comemorou seu 32º aniversário no salão de festas Pricoteka, na avenida Presidente Vargas. Na levada dos anos 90, o Canal Itapevi foi conferir a festa do grafiteiro.
A Festa. Sob tema lúdico do salão e apaixonado pela simplicidade de sua adolescência, Sipros nos conta o porquê da temática: “Nessa época as pessoas viviam melhor… criança era criança… o que eu fiz foi fazer as pessoas voltarem ao passado; comidas antigas, doces… coisa simples, onde as pessoas se divertem, não precisa desse negócio de ostentação porque é tudo em vão. As pessoas se iludem com coisas que não existem. Coisas simples que fazem você feliz e trazem pessoas certas pro seu lado. Com pouco você pode ter muito.
História – O começo. Colorindo os muros de bairros como: Cohab I e II, Malvinas e Jardim Paulista, surge o reconhecido artista das ruas; Sipros. “ … faço até hoje! … fazer trabalho para a comunidade é mais gratificante do que pintar pra p%##@ de poder público!
Quando comecei, não havia ninguém que pintasse para poder me dar dicas. Passei muitos anos pintando sozinho, me esforçando… não existia internet, então para ver um graffiti, tinha que pegar o trenzão e ir pro centro de São Paulo, ver os trabalhos que faziam por lá, inclusive tinha os trabalhos de uns caras que eu gostava e hoje a gente pinta junto. Mas foi tenso devido não ter um material bom, o que hoje tem! Hoje é fácil abrir um facebook, comprar meia dúzia de lata e falar que é grafiteiro – antigamente era muito F#d@, por esse motivo, a dificuldade que passei, dou valor pro que faço, além de amar, dou muito valor. “
A Exposição. Do dia 13 de agosto a 05 de setembro, na Luis Maluf Art Gallery, localizada na rua Peixoto Gomide, 1887, no bairro do Jardins em São Paulo, estará exposta uma mostra do grafiteiro intitulada “In ‘Verossímel”. Exposição hiper realista feita com spray sobre tela. Com o rosto “desfigurado” por materiais como: mel, tinta, papel filme, entre outros, a modelo brasileira Nathalie Edenburg que vive em Nova York, veio especialmente para fazer parte desse projeto. Sipros conta como foi fazer essa arte, e como foi a repercussão: “ Vim estudando muito a técnica realismo, pude colocar o que eu sabia e um pouco mais de técnica do realismo para poder fazer essa exposição. Tive muita repercussão; tanto falando bem quanto críticas, mas isso é normal quando as pessoas começam a se destacar – normal da vida.
Cultura do Graffiti. Há algumas décadas o Graffiti vem sofrendo transformações e mudando a visão da sociedade em relação a arte urbana. Questionamos o grafiteiro sobre as mudanças no cenário do Graffite. “ Mudou, mudou tudo… antigamente era praticamente proibido. Você era chamado de vagabundo daqui, vagabundo dali. Mudou a qualidade dos trabalhos; antigamente você só via letras, personagens, bombs (graffiti rápido, feito com letras gordas, vivas e mais simples, utilizando-se geralmente duas ou três cores de tinta)… hoje já tem outros estilos no mesmo material, que é o spray… tem arte urbana… o Graffiti evoluiu muito! “
Exemplo de talento e esforço, nosso entrevistado autodidata deixa sua mensagem: “ Todo esse tempo que passei “perrê” para conquistar coisas – não foi fácil, mas tudo que eu tenho, eu agradeço a Deus, somente a Deus! Que Ele sempre continue abençoando todas as pessoas que colocam prosperidade na Terra. “
Veja aqui mais fotos do aniversário!
Por: Paula Lopes